Esta é uma pergunta de difícil resposta, no entanto é essencial que façamos uma reflexão sobre ela. O intuito dessa reflexão não é que se de uma única resposta ao significado da ciência, muito menos que se extraia daí um modelo de ciência capaz de solucionar todos os problemas sociais que enfrentamos na atualidade. Poderíamos até dizer que isso seria o ideal e que não deixa de ser um importante objetivo a se chegar, no entanto a pretensão aqui é outra, trata-se simplesmente de elucidar uma grande problemática, que nos envolve, formalmente falando, desde os idos da modernidade.
Fazemos essa ressalva, no “formalmente falando”, pois o homem pode ser considerado um produtor de ciência desde a conhecida “ pré-história”, quando começa a ter um certo domínio sobre a natureza em busca de sua sobrevivência.
Mas ao fazermos a pergunta o que é ciência?, optamos por referendar um processo que se estende da Idade Moderna à Idade Contemporânea, principalmente quando falamos do século XX e do século XXI. Nesta postagem, nos limitaremos a apresentar uma visão da ciência aos moldes da modernidade, principalmente com relação à forma com que a filosofia cartesiana formulava as suas bases.
Assim com Descartes no século XVII tivemos uma tentativa de demonstrar a ciência como algo inteiramente fundado nas verdades eternas, ou melhor, fundada na causa primeira, que é causa de tudo. Tal causa seria um Deus onipotente, que fundamentaria toda a verdade, ou seja, temos uma verdade que fundamenta todas as outras verdades. Sem entrarmos aqui nos pormenores do método cartesiano, que nos mostra como chegarmos a essa fundamentação universal da verdade, é importante ressaltarmos o papel primordial que Descartes dava à ciência, ou ao caminho do conhecimento.
Temos então, na acepção cartesiana, uma ciência que em hipótese alguma pode ser desvinculada de uma verdade única, que garante a existência de todas as coisas no tempo e no espaço. Apesar disso sabemos que Descarte colocava todo o conhecimento existente vinculado ao sujeito, que assim era capaz de pensar toda a realidade e transformar toda a ciência. No entanto, essa subjetividade, baseada na liberdade do “Eu pensante”, estava, via de regra, subordinada a causa primeira – Deus. Assim tínhamos um ponto fixo ao qual todo a ciência se encontrava.
Esse é um breve resumo, por si só incompleto, da visão cartesiana da ciência, mas que nos evidencia a importância que tinha a verdade para Descartes. Além disso podemos constatar o que talvez seja as bases para todas as definições, inclusive as recorrentes do século XX e XXI, que tentaram e tentam mostrar a ciência como algo objetivo, e portanto ferramenta indispensável para se chegar à verdade. Mas notemos desde já, essa é uma discussão que está, sem sombra de dúvidas, aberta para a reflexão.
René Descartes
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